Seminário “Segurança da circulação em meio urbano”

2018-11-23

No próximo dia 30 de novembro terá lugar, no Centro de Congressos do LNEC, em Lisboa, o 2º Seminário dedicado ao tema “Segurança da circulação em meio urbano”, fazendo a Infraestruturas de Portugal parte das Entidades e Comissão organizadoras.

O presente seminário pretende contribuir para uma maior sensibilização e um melhor conhecimento do problema da segurança da circulação dos peões, através da caracterização da sua dimensão social e da respetiva evolução recente, no contexto nacional e internacional.

Será divulgado o programa nacional de combate aos atropelamentos e serão dados exemplos de boas práticas aplicadas em zonas urbanas no passado recente.

Neste âmbito, serão ainda apresentados documentos de apoio técnico a intervenções para proteção de peões e ciclistas e resultados de estudos suscetíveis de apoiar o desenvolvimento e aplicação de intervenções inovadoras tendentes à melhoria dos níveis de segurança destes utentes, respondendo a uma das metas do objetivo de cidades e comunidades sustentáveis da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
Este Seminário interessa aos diversos intervenientes no espaço urbano – da fase de planeamento à de gestão – designadamente a autarcas e outras entidades, públicas e privadas, a decisores e técnicos da área dos transportes urbanos e uso do solo, de gestão de tráfego, a fornecedores de equipamentos urbanos; assim como a empresas de projeto e de consultoria, empresas de construção, e ainda a outras entidades com atividade nas áreas do conhecimento e da inovação, nomeadamente universidades e centros de investigação.

Programa Seminário 1.51 MB

Enquadramento

Entre 2012 e 2016, na União Europeia, aproximadamente 38% das vítimas mortais em acidentes rodoviários foram registadas em zonas urbanas.

Cerca de 1500 pessoas morrem anualmente só nas capitais dos 27 Estados Membros.

Em Portugal, naquele período, cerca de 77% dos acidentes ocorreram em zona urbana, originando anualmente 330 vítimas fatais (54% do total) e 1580 feridos graves (61% do total).

A sinistralidade rodoviária dentro de localidades é, assim, um problema sério cuja evolução não tem sido tão satisfatória como a conseguida nas estradas interurbanas. Acresce que, segundo os dados da base de dados europeia, CARE, Portugal diverge da Europa em termos de evolução da percentagem de mortos rodoviários em zona urbana: em 2006 essa percentagem era de 46%, tendo vindo a crescer desde então, sendo de 54% em 2016; já na Europa, a percentagem de mortos em zona urbana oscilou entre 37% e 39% (2006-2016). É, ainda, de assinalar que, entre 2010 e 2016 (período para o qual há dados de morto a 30 dias), se verificaram anualmente em Portugal cerca de 150 mortos e 400 feridos graves por atropelamento.

A consideração de uma abordagem holística da segurança rodoviária em meio urbano, no que se refere ao funcionamento do sistema de transporte, no âmbito da política de mobilidade, e ao desempenho de outras políticas urbanas e sua integração com aquela, é fundamental para promover a qualidade de vida das populações, a coesão social e a equidade na forma como as cidades são desfrutadas pelos seus habitantes. A resolução desta problemática deve, por isso, ser encarada de forma interdisciplinar, considerando as contribuições de profissionais de diferentes áreas, dos decisores políticos e da intervenção cívica dos cidadãos, já que o impacte na sustentabilidade social das cidades é muito elevado.