Obra de Ana Jotta da coleção de Serralves

2018-12-19

O Museu de Arte Contemporânea de Serralves leva à Estação Ferroviária do Rossio, de 20 de dezembro de 2018 a 20 de junho de 2019, a exposição DA COLEÇÃO DE SERRALVES NO ROSSIO: ANA JOTTA, .

Esta iniciativa integra-se num programa de exposições e apresentação de obras da Coleção de Serralves especificamente selecionadas para os locais de exposição com o objetivo de tornar o acervo acessível a públicos diversificados de todas as regiões do país.

A apresentação da obra de Ana Jotta é resultado de uma parceria entre a Infraestruturas de Portugal e a Fundação de Serralves, ao abrigo da qual, entre outras iniciativas, obras da Coleção de Serralves são periodicamente apresentadas em espaços da Infraestruturas de Portugal.

O caráter manual, premeditadamente mal feito e mal acabado de algumas obras de Ana Jotta (Lisboa, 1946) pode ser entendido como uma crítica à eficiência e ao profissionalismo de que todas as atividades (incluindo as artísticas) parecem estar hoje reféns. Defendendo ser o artista um "transformador” de objetos do quotidiano - aqueles que todos vemos mas que só alguns reconhecem como bizarros, intrigantes -, Jotta assume-se como uma copista e uma acumuladora de objetos, imagens e palavras, de que se apropria despudoradamente e que utiliza com e sem transformações: tudo é digerido, descontextualizado e transformado na sua própria arte.

Em Joana, Ana Jotta apropria-se de materiais existentes, descartados e pobres (rodas de bicicleta e garrafas de vinho), para fazer uma paródia a um dos maiores símbolos de luxo e de poder - o candelabro, omnipresente em palácios e outras tipologias arquitetónicas ligadas ao poder político e financeiro. Ao mesmo tempo, este trabalho relaciona-se diretamente com duas das obras que mais imediatamente ilustram a vanguarda artística - a roda de bicicleta 1914 e o célebre secador de garrafas de Marcel Duchamp, de 1917.