Estado de Conservação das Obras de Arte Rodoviárias e Ferroviárias da IP

2018-08-22
A Infraestruturas de Portugal alcançou ao longo dos anos uma experiência e conhecimento únicos em Portugal na Gestão e Inspeção de Vias e Obras de Arte constituindo-se como a empresa de referência no nosso país, no domínio da conservação de Obras de Arte (OA).
 
O seu vasto património é constituído por mais de 7.200 Obras de Arte, entre Pontes, viadutos, Túneis e Passagens Hidráulicas, ou seja estruturas que tenham mais de 2 metros de vão, pertencentes à rede rodoviária sob nossa jurisdição (73%) e à rede ferroviária (27%).
 
Como ferramenta de suporte à gestão, o Sistema de Gestão de Obras de Arte (SGOA) da empresa é essencial para o conhecimento detalhado das obras de arte e da sua condição estrutural.
 
O SGOA incorpora um vasto conjunto de atividades, suportadas no conhecimento detalhado do património tanto ao nível da sua constituição e localização, através da sua inventariação, como da sua condição estrutural, por via da realização de campanhas periódicas de inspeção, permitindo a deteção antecipada das necessidades de intervenção e a atempada resposta no reforço e reabilitação das obras de arte.
 
Esta metodologia de gestão tem permitido assegurar uma evidente melhoria contínua do estado de conservação do parque de obras de arte da IP, o qual regista, ao longo da última década regista uma melhoria continua ao nível da conservação das obras de arte.
 
A esta melhoria do estado das obras de arte, resultado das regulares intervenções preventivas, corresponde também uma diminuição da percentagem de Obras de Arte a necessitar de reparações mais profundas ou imediatas.
 
Todas as obras de arte rodoviárias onde foi identificada a necessidade de executar uma intervenção, a IP tem já planeados e ou em desenvolvimento os projetos com vista à execução das intervenções de reparação.
 
Significativo também do nível de conhecimento e rigor existente no planeamento atempado do trabalho, é o facto de atualmente não existir na rede rodoviária e ferroviária a cargo da Infraestruturas de Portugal qualquer obra de arte em exploração cuja utilização esteja vedada por representar risco à segurança de pessoas e bens. 
 
Nas travessias em que estão implementadas restrições de circulação, estas decorrem da execução de trabalhos de requalificação, de reforço ou de substituição das atuais estruturas. 
 
O investimento efetuado nos últimos anos, que ascende a 250M€ desde 2010 em trabalhos de conservação e requalificação de Obras de Arte, a realização de inspeções a todas as estruturas e a atempada definição de uma estratégia de intervenções devidamente programadas, contribuíu decisivamente para o incremento do nível de qualidade das estruturas em bom ou muito bom estado de conservação, resultando em otimização dos custos com investimento. 
 
Hoje a empresa detém um conhecimento aprofundado e permanente do estado de todas e cada uma das estruturas, que permite garantir a boa gestão da conservação de todo este vasto património.
 
A Infraestruturas de Portugal tem presentemente a decorrer 7 empreitadas de reabilitação ou reforço de obras de arte rodoviárias abrangendo um total de 13 obras de arte.
 
Na rede ferroviária, além das ações de manutenção corrente, asseguradas por equipas internas, estão em execução empreitadas referentes a duas obras de arte notáveis na linha do Douro, Viaduto e Ponte da Ferradosa, no valor de 3,8M€ e intervenções em 6 pontes ferroviárias na Linha da Beira Baixa. 
 
 

Atividades de Inspeção

As Inspeções de Rotina são uma atividade assegurada integralmente por técnicos superiores, quadros da IP altamente qualificados e experimentados.
No contexto rodoviário, a inspeção à totalidade do património é, desde 2009, efetuada com uma periodicidade bienal, o que assegura uma avaliação regular do nível de manutenção das estruturas e, sempre que necessário, o despoletar preventivo de Inspeções Principais extraordinárias.
 
No contexto ferroviário as inspeções de rotina são asseguradas pelas equipas internas de manutenção com uma periodicidade de 15 meses.
 

Inspeções Principais – Um planeamento adequado e melhores soluções

A realização de Inspeções Principais é periódica e programada, requer um grande envolvimento técnico especializado e tem como objetivos analisar e confirmar necessidades de reparação e propor as melhores soluções para uma eventual intervenção de reabilitação. 
 
No contexto rodoviário, a partir de junho de 2010 a realização das Inspeções Principais passou a ser assegurada integralmente através de recursos técnicosda Empresa. 
 
No ano passado esse total foi de 911 Inspeções Principais, realizadas de norte a sul do país. 
 
No contexto ferroviário as inspeções sempre foram asseguradas por meios internos sendo programadas de forma a garantir que as obras de arte têm uma inspeção principal a cada 5 anos. Em 2017 foram realizadas mais de 476 inspeções principais em toda a rede.
 
 

Inspeções Subaquáticas – O conhecimento profundo da infraestrutura

As Inspeções subaquáticas são um tipo de Inspeção Principal que é realizado às partes permanentemente imersas das obras de arte.
O âmbito das Inspeções Subaquáticas compreende a atividade de mergulho para observação, registo videográfico e levantamento das anomalias da parte submersa, bem como a realização de levantamentos topo-batimétricos para obter as cotas do fundo do leito e a topografia das margens.
 
A Infraestruturas de Portugal possui uma equipa interna de Inspeções Subaquáticas e 2015 foi o primeiro ano completo em que esta equipa assegurou a realização de inspeções em Pontes com elementos submersos até 10 metros de profundidade. 
 
Na campanha de 2017 foram concretizadas 49 inspeções subaquáticas à rede rodoviária e ferroviária, sendo que destas, 67% foram asseguradas pela equipa interna da IP.
 
 

Monitorização Estrutural de Obras de Arte

Completando a capacidade de diagnóstico da condição das Obras de Arte, a IP executa atividades especializadas de monitorização para aferição e medição de caraterísticas ou comportamentos específicos.
 
Esta ação é particularmente importante pois permite complementar a observação realizada no âmbito das Inspeções Principais e determinar com maior rigor as alterações que venham a ocorrer no seu funcionamento ou aferir o seu comportamento real com o preconizado no âmbito do projeto de execução.
 
A Monitorização Estrutural de Obras de Arte divide-se em dois grandes tipos: 
 
  • A Monitorização das Obras de Arte Correntes - visa acompanhar, através da colocação de instrumentação, a evolução de anomalias estruturais detetadas permitindo tomar em tempo útil, medidas corretivas necessárias, caso se verifique um agravamento.
  • A Monitorização Estrutural de Obras de Arte Especiais - Aplicada a obras de arte notáveis, com importância muito relevante. A IP conta com a colaboração do LNEC que assegura este tipo de Monitorização.
Atualmente na rede rodoviária da Infraestruturas de Portugal estão sob observação 8 obras de arte especiais. Na rede ferroviária estão sob monitorização 4 obras de arte.
 
 
 

Apostamos forte na prevenção, conservação e reabilitação

Garantir a boa conservação de todo este património requer um continuo e rigoroso trabalho, baseado no conhecimento profundo e permanente do estado de todas e cada uma das estruturas. 
 
Os dados exibidos são bem demonstrativos deste forte empenho da Infraestruturas de Portugal no continuado incremento dos níveis de segurança e qualidade do serviço prestado aos utilizadores da Rede Nacional Rodoviária e Ferroviária a seu cargo.